Podia começar com “Era uma vez...”, mas não era um conto de
fadas rosado, e nem sei se terminaria com “felizes para sempre”, e nós não
vamos encontrar no meio dessa historia um príncipe encantado enquanto
caminhávamos por alguma floresta, mas falaremos de príncipes encantados e não
tão encantados assim.
Digamos que em algum momento nós acabamos por espera que um
daqueles príncipes encantados chegue, sim, daqueles com um cavalo branco, e que
olhará no fundo dos nossos olhos e se apaixonará, e então seriamos "felizes
para sempre”, como nos contos de fadas.
O tempo então passa e
nós acabamos esquecendo-nos desse sonho de criança, achando isso fútil, pois
não existem príncipes encantados. Acabamos por não mais assistir os contos de
fadas da Walt Disney, e queremos viver nossa adolescência.
Começamos então á sair, conhecer garotos, ficar, e se chatear
porque o garoto não ligou no outro dia.
Em outras saídas, em outras apresentações de amigos, conhecemos
então outro garoto, rola uma química, acontece o primeiro beijo, o primeiro
olhar, nós então começamos á querer algo serio , desejamos o nosso felizes para
sempre, imaginando tudo perfeito, criando expectativas, revivendo o sonho do
príncipe encantado, mas sem o cavalo branco.
Mas ha algo de errado
nisso, á vida teima em nos ensinar á ser forte primeiro, como diria Liesel
Meminger (A menina que roubava livros) “Como a maioria dos sofrimentos, esse
começou com uma aparente felicidade.” E então o príncipe torna-se sapo,
lagrimas teimam em sempre aparecer, dói algo dentro nós, sentimos ódio do amor,
e dizemos não acreditar mais nele, ousamos dizer que o amor não existe, acalme-se
criança, não foi o amor que nos feriu aquela hora, mas sim á falta dele.Mas acabamos
só percebendo isso anos depois, e talvez riremos dessa situação um dia.
Mas naquele momento só o que resta é chorar e se perguntar
ou exclamar o “Por que!?” , e então nossos amigos estão lá, para conforta-nos,
fazer-nos esquecer aquela situação, mas algo dentro da gente, só faz lembrar mais daquela pessoa, nosso suposto
“príncipe”.
E enquanto nós, ainda mesmo magoadas sonhávamos com o aquele
suposto príncipe, não percebemos que
havia alguém do nosso lado, que nunca se importou em não ter assunto, gostava
da nossa presença, e gostava do nosso sorriso, nunca tentou mudar-nos e sempre
nos aceitou assim, mas nunca teve coragem de se declarar, pois sempre achou que
não teria chance.
Talvez ele nem esteja assim tão próximo, talvez aquele
garoto que esbarrou com você no corredor da escola e nem te pediu desculpas ou
olhou nos seus olhos, ou aquele garoto que você sempre vê na rua e diz oi, talvez
ele te olhe disfarçadamente e você nem perceba.
Estávamos tão envolvidos, naquela bolha, naquele sonho cor-de-rosa,
queríamos um príncipe encantado, e nunca havíamos percebido que havia um
príncipe não tão encantado por ali por perto, talvez nós perdemos, ou quase
perdemos a lua, enquanto contávamos as estrelas.
Digamos que ele não virá em um cavalo branco, ou virá quem
sabe alguma menina em alguma fazenda, sítio ou outro lugar tenha essa sorte,
talvez ele ande de skate, fale gírias, ou seja aquele garoto que você nunca esperou;
totalmente oposto á você, ele não te encontrará em um floresta ou te salvará de
um sono profundo por conta de um feitiço.
Mas haverá um príncipe não tão encantado assim para nós.
Mas decididamente encontramos as coisas, quando deixamos de procurá-las.
By M. Rodri